Luis de Molina

Luis de Molina (1535-1600) foi um padre jesuíta, teólogo e filósofo espanhol que foi uma das principais figuras da Contra-Reforma. Ele nasceu em Cuenca, Espanha, e foi educado na Universidade de Salamanca, onde estudou filosofia e, mais tarde, em Lisboa, teologia.

Molina ingressou na Companhia de Jesus (jesuítas) em 1558 e acabou sendo enviado a Portugal, onde atuou como professor de filosofia e teologia. Ele é mais conhecido por seu trabalho sobre a relação entre a graça divina e a liberdade humana, que desenvolveu em resposta aos ensinamentos de João Calvino e outros reformadores protestantes.

A teologia de Molina, conhecida como molinismo, enfatizou a importância do livre-arbítrio humano no processo de salvação. Ele acreditava que a graça de Deus é necessária para a salvação, mas que os indivíduos também devem fazer uma escolha consciente de aceitá-la para serem salvos. Essa visão representava um meio-termo entre as visões predestinatórias dos calvinistas e as visões mais humanísticas dos jesuítas.

Os ensinamentos de Molina tiveram um impacto profundo na Igreja Católica e continuam a ser amplamente estudados e debatidos hoje. Ele é lembrado como um dos pensadores mais importantes da Contra-Reforma e como um líder no desenvolvimento da teologia escolástica católica.

Luis de Molina (1535-1600), jesuíta espanhol, nasceu em Cuenca em 1535. Ao ingressar na Companhia de Jesus aos dezoito anos, estudou teologia em Coimbra e tornou-se professor na Universidade de Évora, Portugal. Após vinte anos nesse cargo, foi chamado para a cátedra de teologia moral em Madrid, onde faleceu em 12 de outubro de 1600. Além de outras obras, escreveu "Liberi arbitrii cum gratiae donis, divina praescientia, providentia, praedestinatione et reprobatione, concordia" (4to, Lisboa, 1588); um comentário sobre a primeira parte da "Summa" de Tomás de Aquino (2 vols., fol., Cuenca, 1593); e um tratado "De justitia et jure" (6 vols., 1593–1609). Sua fama se deve principalmente ao primeiro desses trabalhos. Foi uma tentativa de conciliar, pelo menos em palavras, as doutrinas agostinianas de predestinação e graça com o semipelagianismo que, como mostrado pela recente condenação de Baius (q.v.), tornara-se prevalente na Igreja Católica Romana. Partindo do pressuposto de que o homem é livre para realizar ou não realizar qualquer ato, Molina sustenta que tal circunstância não torna a graça de Deus nem desnecessária nem impossível: não impossível, pois Deus nunca deixa de conceder graça àqueles que a pedem com sinceridade; e não desnecessária, pois a graça, embora não seja uma causa eficiente, ainda é uma causa suficiente de salvação. Na visão de Molina, sua doutrina do livre-arbítrio não exclui a predestinação. O Deus onisciente, por meio de sua "scientia media" (a expressão é uma invenção de Molina, embora a ideia também esteja presente em seu contemporâneo mais antigo, Fonseca), ou poder de conhecer eventos futuros contingentes, prevê como usaremos nosso próprio livre-arbítrio e trataremos sua graça oferecida, e com base nessa presciência, Ele pode fundamentar Seus decretos predestinatórios. Essas doutrinas, embora em harmonia com o sentimento predominante na Igreja Católica Romana da época e ainda recomendadas por sua marcante oposição ao ensinamento de Lutero e Calvino, provocaram uma controvérsia violenta em alguns círculos, especialmente por parte dos dominicanos, e finalmente tornaram necessário a intervenção do papa (Clemente VIII.). Inicialmente (1594), ele simplesmente impôs silêncio a ambas as partes no que diz respeito à Espanha; mas, em última análise, em 1598, ele nomeou a "Congregatio de auxiliis Gratiae" para a resolução da disputa, que se tornou cada vez mais uma questão partidária. Após realizar sessões muito numerosas, a "congregação" não conseguiu decidir nada, e em 1607 suas reuniões foram suspensas por Paulo V, que em 1611 proibiu toda discussão adicional sobre a questão "de auxiliis", e esforços diligentes foram feitos para controlar a publicação até mesmo de comentários sobre Aquino. O molinismo posteriormente passou para a controvérsia jansenista.