A Epístola aos Colossenses, décimo segundo livro do Novo Testamento, é atribuída a Paulo de Tarso e Timóteo, endereçada à igreja de Colossas, uma pequena cidade frígia na Ásia Menor, próxima a Laodiceia e a cerca de 160 km de Éfeso. Redigida em grego koiné, provavelmente em Roma durante a prisão de Paulo por volta de 62 d.C., a carta é preservada em manuscritos como o Papiro 46 (c. 200 d.C.), Codex Vaticanus (325-350 d.C.), Codex Sinaiticus (330-360 d.C.), Codex Alexandrinus (400-440 d.C.) e Codex Ephraemi Rescriptus (c. 450 d.C.). Com quatro capítulos e 95 versículos, a epístola é considerada autêntica por alguns, mas contestada por outros, que sugerem um seguidor de Paulo como autor devido a diferenças estilísticas e teológicas, como o uso de 48 palavras únicas, 33 das quais não aparecem em outros textos do Novo Testamento, e uma cristologia avançada. Defensores da autoria paulina, apoiados por teólogos como Irineu e Orígenes, destacam semelhanças com Filemom, amplamente aceita como paulina, e sugerem variações devido a um amanuense, possivelmente Timóteo (Colossenses 4:18), ou ao contexto teológico. Outras hipóteses apontam Éfeso ou Cesareia como locais de escrita, e, caso não seja paulina, a data pode ser posterior, até 90 d.C.
Estruturada em saudações, ação de graças e oração (1:1-14), a supremacia de Cristo (1:15-23), o labor de Paulo pela igreja (1:24–2:7), advertências contra falsos ensinos (2:8-23), instruções para uma vida santa (3:1–4:6) e saudações finais (4:7-18), a epístola divide-se em seções doutrinárias (capítulos 1-2) e práticas (capítulos 3-4). A seção doutrinária exalta Cristo como preeminente sobre a criação, mediador da reconciliação cósmica e cabeça da igreja (1:15-20), rejeitando filosofias humanas e poderes espirituais (2:8-15). A seção prática exorta à renovação espiritual, mortificando o “velho eu” (3:5-9) e adotando o “novo eu” (3:10-17), com orientações para lares cristãos (3:18–4:1), incluindo deveres de escravos e senhores. A menção aos “elementos do mundo” (2:8) sugere influências epicureias em Colossas, refutadas pela supremacia de Cristo. João Crisóstomo observa que a exaltação de Cristo fortalece a fé contra heresias. Categorizada entre as “epístolas da prisão” com Efésios, Filipenses e Filemom, a carta compartilha nomes como Tíquico e Onésimo. Colossenses convoca à centralidade de Cristo, à vida santa e à esperança na redenção universal, fundamentadas na graça divina e na autoridade apostólica.