A grande apostasia.
¹Agora, rogamos a vocês, irmãos, pela vinda do nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com Ele, ²que não se deixem abalar facilmente em sua mente, nem fiquem alarmados, seja por espírito, por palavra ou por carta, como se fosse da nossa parte, como se o dia de Cristo já estivesse próximo. ³Ninguém os engane de modo algum, porque esse dia não virá sem que antes venha a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, ⁴o qual se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, a ponto de se assentar no templo de Deus, apresentando-se como se fosse o próprio Deus. ⁵Não lembram que, quando ainda estava com vocês, eu lhes dizia essas coisas? ⁶E agora sabem o que o detém, para que ele seja revelado no tempo certo. ⁷Pois o mistério da iniquidade já está em ação; apenas aquele que agora o detém o fará até que seja removido. ⁸Então será revelado o perverso, a quem o Senhor destruirá com o sopro da Sua boca e aniquilará com o esplendor da Sua vinda.
⁹A vinda desse perverso é segundo a atuação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios mentirosos, ¹⁰e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. ¹¹Por isso, Deus lhes envia forte ilusão, para que creiam na mentira, ¹²a fim de que sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.
Exortação à firmeza na fé.
¹³Mas devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus os escolheu desde o princípio para a salvação, mediante a santificação do Espírito e a fé na verdade. ¹⁴Foi para isso que Ele os chamou por meio do nosso evangelho, para que alcancem a glória do nosso Senhor Jesus Cristo.
¹⁵Portanto, irmãos, permaneçam firmes e guardem as tradições que lhes foram ensinadas, seja por palavra, seja por carta nossa.
¹⁶Que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança pela graça, ¹⁷console o coração de vocês e os fortaleça em toda boa obra e palavra.
O segundo capítulo da Segunda Epístola aos Tessalonicenses, composto em grego koiné por volta de 52 d.C., é uma intervenção pastoral de Paulo, Silvano e Timóteo, destinada a corrigir mal-entendidos escatológicos na igreja de Tessalônica. Preservado em manuscritos como o Papiro 46, o Codex Sinaiticus e o Codex Alexandrinus, o texto de 17 versículos reflete a autoridade apostólica de Paulo, que enfrenta a inquietação da comunidade sobre a suposta iminência da Parusia. Dividido em uma advertência contra a crença na vinda imediata do Senhor (2:1-12), uma ação de graças pela fé na verdade (2:13-14) e uma oração por consolação e firmeza (2:15-17), o capítulo sublinha a necessidade de discernimento diante de falsos ensinos e a perseverança nas tradições apostólicas, que constituem o depósito da fé cristã.
Paulo inicia refutando rumores, supostas revelações e cartas falsamente atribuídas a ele, que sugeriam a proximidade do “dia do Senhor”. Ele esclarece que a Parusia será precedida pela apostasia e pela manifestação do “homem da iniquidade”, uma figura enigmática que, sob a influência de Satanás, enganará os que rejeitam a verdade. A permissão divina de um “poder sedutor” (2:11) reflete o respeito pela liberdade humana, mas também a justiça de Deus, que condena os que preferem a injustiça. Na segunda parte, Paulo agradece a eleição dos tessalonicenses para a salvação, pela ação santificadora do Espírito e pela fé na verdade, exortando-os a manterem as tradições recebidas. A oração final (2:15-17) invoca a graça de Cristo e do Pai para consolar e fortalecer os fiéis. Com sua clareza teológica e tom pastoral, este capítulo convoca os cristãos a viverem com esperança vigilante, ancorados na verdade do evangelho e na promessa da glória eterna.
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