A Primeira Epístola aos Tessalonicenses, parte do corpus paulino do Novo Testamento, é atribuída a Paulo de Tarso, com colaboração de Silas e Timóteo, e endereçada à igreja de Tessalônica, na atual Grécia. Redigida em grego koiné por volta de 50-51 d.C., durante a segunda viagem missionária de Paulo, é considerada uma das cartas mais antigas do Novo Testamento, possivelmente precedida apenas por Gálatas (c. 48 d.C.). Preservada em manuscritos como o Papiro 46 (c. 200 d.C.), Codex Sinaiticus (330-360 d.C.), Codex Alexandrinus (400-440 d.C.) e Codex Ephraemi Rescriptus (c. 450 d.C.), a epístola, com cinco capítulos e 89 versículos, reflete a fundação da igreja em Tessalônica (Atos 17:1-9), uma comunidade de convertidos, majoritariamente gentios, que abandonaram ídolos para seguir Cristo (1 Tessalonicenses 1:9). Escrita provavelmente de Corinto, embora alguns manuscritos sugiram Atenas, a carta responde a preocupações sobre perseguições, a vida cristã e a parusia. A autoria paulina é amplamente aceita, apesar de debates no século XIX por estudiosos como F.C. Baur, com a autenticidade de 1 Tessalonicenses 2:13-16 e 5:1-11 questionada por alguns devido a supostas discrepâncias estilísticas e teológicas, mas defendida por outros com base em paralelos com cartas paulinas autênticas.
A epístola estrutura-se em saudações iniciais e ação de graças (1:1-10), reflexões sobre o ministério de Paulo (2:1-20), o envio de Timóteo (3:1-13), exortações práticas sobre santidade, amor fraterno e trabalho (4:1-12), e ensinamentos escatológicos sobre a ressurreição e a volta de Cristo (4:13-5:11), encerrando com orientações éticas e uma bênção final (5:12-28). Paulo elogia a fé e o amor dos tessalonicenses, recordando sua conduta irrepreensível, marcada por trabalho manual para não sobrecarregar a comunidade (2:9). O tema da parusia é central, com Paulo assegurando que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, seguidos pelos vivos, para encontrar o Senhor nos ares (4:16-17). A exortação à vigilância (5:1-11) e à prática de virtudes como gratidão e oração contínua (5:16-18) reflete a urgência escatológica. João Crisóstomo nota que a esperança na ressurreição fortalece a Igreja para a santidade. A epístola não enfatiza a justificação pela fé ou questões judaico-gentílicas, sugerindo sua composição antes de Gálatas. Conectada ao relato de Atos 18:12-17, com a menção ao procônsul Gálio, a carta oferece um marco cronológico para a vida de Paulo. O texto convoca à santificação, à comunhão fraterna e à esperança na vinda de Cristo, fundamentadas na graça divina e na missão apostólica.