Exortações aos presbíteros.
¹Aos presbíteros que estão entre vocês, exorto eu, que também sou presbítero, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que há de ser revelada: ²pastoreiem o rebanho de Deus que está entre vocês, cuidando dele não por obrigação, mas de livre vontade, segundo Deus; não por ganância, mas de boa vontade; ³nem como dominadores sobre os que lhes foram confiados, mas tornando-se exemplos para o rebanho.
⁴E, quando o Supremo Pastor se manifestar, vocês receberão a coroa da glória que jamais murchará.
Humildade e vigilância.
⁵Da mesma forma, vocês, jovens, sujeitem-se aos mais velhos; e todos sejam submissos uns aos outros e revestidos de humildade, porque "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes".
⁶Humilhem-se, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que Ele os exalte no tempo devido, ⁷lançando sobre Ele toda a ansiedade de vocês, porque Ele tem cuidado de vocês.
⁸Sejam sóbrios e vigiem. O adversário de vocês, o diabo, anda em derredor como leão que ruge, procurando a quem devorar. ⁹Resistam firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão sendo experimentados pela irmandade espalhada pelo mundo.
¹⁰Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo Jesus chamou vocês à sua eterna glória, depois de terem sofrido por um pouco de tempo, Ele mesmo os há de aperfeiçoar, firmar, fortalecer e estabelecer. ¹¹A Ele seja o domínio e a glória para todo o sempre. Amém.
Saudações e bênção final.
¹²Por meio de Silvano, fiel irmão (como penso), escrevi resumidamente, exortando e testemunhando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual vocês devem permanecer firmes.
¹³Aquela que está em Babilônia, também eleita juntamente com vocês, os saúda, e igualmente Marcos, meu filho. ¹⁴Saúdem uns aos outros com um beijo de amor fraternal. Paz a todos vocês que estão em Cristo Jesus. Amém.
A Primeira Epístola de Pedro conclui seu quinto capítulo com exortações pastorais e advertências finais, dirigidas aos líderes e fiéis da Igreja primitiva. Escrita em grego koiné, com 14 versículos, a carta é preservada em manuscritos como o Papiro 72 (século III/IV), Codex Vaticanus (325-350 d.C.) e Codex Sinaiticus (330-360 d.C.). Endereçada aos cristãos da “diáspora” no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1 Pedro 1:1), abrange convertidos gentios e judeus, vistos como peregrinos espirituais. O capítulo 5 orienta os presbíteros a pastorearem com humildade, exorta todos à vigilância contra o mal e conclui com saudações, refletindo o contexto de provações enfrentado pelos crentes. A mensagem reforça a esperança na glória divina, fundamentada no exemplo de Cristo, o Pastor Supremo.
Nos versículos 1 a 4, Pedro, identificando-se como presbítero e testemunha dos sofrimentos de Cristo, exorta os líderes a apascentarem a grei com dedicação, não por obrigação ou ganância, mas por amor, sendo modelos de virtude (1 Pedro 5:1-3; cf. João 10:11, 21:15-17). A promessa da “coroa de glória” (1 Pedro 5:4) aponta para a recompensa escatológica, incentivando o serviço sacrificial. Os termos “presbítero” e “bispo” são usados indistintamente, indicando uma liderança ainda fluida no século I, mas que evoluiu para papéis distintos a partir do século II. Nos versículos 5 a 11, Pedro convoca os jovens à submissão e todos à humildade, pois “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pedro 5:5; cf. Provérbios 3:34). A exortação à vigilância contra o diabo, descrito como “leão rugiente” (1 Pedro 5:8), e à firmeza na fé diante das tribulações reforça a confiança no Deus que fortalece para a glória eterna (1 Pedro 5:10).
Os versículos 12 a 14 encerram a epístola com saudações de Silvano, possivelmente o escriba ou portador, e da Igreja em “Babilônia” (1 Pedro 5:13), provável referência a Roma. Marcos, chamado “filho” espiritual, é ligado ao evangelista. A saudação com o “beijo da caridade” (1 Pedro 5:14) sublinha a fraternidade cristã. 1 Pedro 5, com sua densidade teológica, convoca líderes e fiéis à humildade, ao serviço e à perseverança, ancorados na graça divina.
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