As sete últimas pragas.
¹E vi outro grande e maravilhoso sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.
²E vi como que um mar de vidro misturado com fogo; e em pé sobre o mar de vidro, os que tinham alcançado a vitória sobre a besta, e sobre a sua imagem, e sobre a sua marca, e sobre o número do seu nome, tendo as harpas de Deus. ³E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso; justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos. ⁴Quem não Te temerá, ó Senhor, e não glorificará o Teu nome? Porque só Tu és santo; porquanto todas as nações virão e adorarão diante de Ti; pois os Teus juízos são manifestos.
⁵E depois destas coisas, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho no céu foi aberto; ⁶e os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e branco, e tinham os seus peitos cingidos com cintos de ouro. ⁷E um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. ⁸E o templo encheu-se de fumaça da glória de Deus e do Seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se cumprissem as sete pragas dos sete anjos.
O décimo quinto capítulo do Livro do Apocalipse marca a transição para os juízos finais com a introdução das sete taças da ira de Deus. Escrito em grego koiné por volta de 95 d.C., sob o reinado de Domiciano, o texto é preservado em manuscritos como o Papiro 115 (c. 275 d.C.), Papiro 47 (século III), Codex Sinaiticus (330–360 d.C.) e Codex Alexandrinus (400–440 d.C.). Tradicionalmente atribuído a João, o Apóstolo, a autoria permanece debatida, com estudiosos sugerindo um autor da comunidade joanina devido a diferenças estilísticas. Dividido em oito versículos, o capítulo, o mais curto do livro, apresenta o cântico de Moisés e do Cordeiro e os sete anjos com as últimas pragas, ecoando passagens do Antigo Testamento como Salmo 86:9 e Êxodo 15:1. A visão exalta a justiça divina e consola a Igreja perseguida, unida à liturgia celestial refletida na Eucaristia.
João observa um sinal grandioso no céu: sete anjos com as sete últimas pragas, que completam a ira de Deus (15:1). Junto a um mar de vidro mesclado com fogo (15:2; cf. Apocalipse 4:6), estão os vitoriosos sobre a besta, sua imagem e seu número, segurando harpas de Deus. Eles entoam o cântico de Moisés, servo de Deus, e do Cordeiro (15:3–4), celebrando as obras maravilhosas e justas do Senhor, Rei das nações (ou “dos santos”, conforme o Textus Receptus). Inspirado em Êxodo 15:1–18 e Salmo 86:9, o hino proclama a santidade de Deus e a adoração universal, antecipando o juízo final. Os vitoriosos, purificados pelo sangue do Cordeiro (cf. Apocalipse 12:11), representam os fiéis que resistiram à idolatria, prontos para a batalha espiritual.
O templo celestial do tabernáculo do testemunho é aberto (15:5; cf. Atos 7:44), e dele saem os sete anjos, vestidos de linho puro e cingidos com faixas de ouro (15:6), simbolizando santidade e autoridade. Um dos quatro seres viventes entrega-lhes sete taças de ouro cheias da ira de Deus (15:7). O templo se enche de fumaça da glória divina (15:8; cf. Êxodo 40:34), impedindo a entrada até que as pragas se cumpram. Apocalipse 15 prepara a Igreja para os juízos finais, exortando à perseverança e à confiança na soberania de Deus, cuja justiça prevalecerá na consumação do Reino.
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