O Verbo da vida manifestado.
¹Aquilo que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, do Verbo da vida; ²(Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos, e anunciamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada;) ³O que vimos e ouvimos, isso lhes declaramos, para que também vocês tenham comunhão conosco; e a nossa comunhão é verdadeiramente com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. ⁴E estas coisas lhes escrevemos, para que a sua alegria seja completa.
Deus é luz e o chamado à confissão.
⁵Esta é, pois, a mensagem que d'Ele ouvimos, e lhes declaramos: que Deus é luz, e n'Ele não há treva nenhuma. ⁶Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; ⁷Mas, se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
⁸Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. ⁹Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. ¹⁰Se dissermos que não pecamos, fazemo-Lo mentiroso, e a palavra d'Ele não está em nós.
A Primeira Epístola de João, em seu primeiro capítulo, é um convite eloquente à comunhão autêntica com Deus, fundamentada na verdade de Cristo, o Verbo da vida. Escrita em grego koiné, provavelmente por João, o Evangelista, entre 85 e 95 d.C., a carta reflete a autoridade de um apóstolo que testemunhou a encarnação do Salvador. Preservada em manuscritos como o Codex Sinaiticus e o Codex Alexandrinus, sua integridade textual é amplamente atestada, com mínimas discrepâncias. O texto, dividido em dez versículos, estrutura-se em torno da proclamação de Cristo como a vida eterna (1:1-4) e da exortação a viver na luz divina, rejeitando o pecado (1:5-10). Essa mensagem pastoral visa consolidar a fé de uma comunidade confrontada por falsos ensinos, possivelmente gnósticos, que negavam a realidade do pecado ou a humanidade de Cristo.
Nos versículos iniciais, João compartilha sua experiência direta com o Verbo, enfatizando que a comunhão com Deus e com os irmãos brota do testemunho apostólico. A alegria plena, meta da carta, nasce dessa união espiritual, que exige fidelidade à verdade. A declaração "Deus é luz" (1:5) estabelece um contraste radical com as trevas do pecado, chamando os fiéis a uma conduta íntegra. Os versículos 6 a 10 refutam a autossuficiência espiritual, alertando que negar o pecado é enganar-se e tornar Deus mentiroso. A confissão humilde, porém, abre o caminho para o perdão, mediado pelo sangue de Cristo. Este ensino, enraizado na tradição apostólica, reforça a necessidade de uma fé viva, expressa em obras de amor e obediência, que refletem a luz divina e sustentam a comunhão cristã.
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