O argumento transcendental para a existência de Deus é um argumento filosófico que tenta demonstrar a existência necessária de Deus como pré-condição para a inteligibilidade da experiência e raciocínio humanos. O argumento afirma que certas condições necessárias para a experiência humana e o pensamento racional só são possíveis se Deus existir e, portanto, a existência de Deus é um pré-requisito necessário para a possibilidade da experiência e do conhecimento humanos.
O argumento pode ser formulado de várias maneiras, mas uma versão comum é a seguinte:
Se existem leis objetivas, universais e necessárias de lógica, moralidade e conhecimento, então deve haver um fundamento transcendente, pessoal e necessário para essas leis.
Existem leis objetivas, universais e necessárias de lógica, moralidade e conhecimento.
Portanto, deve haver um fundamento transcendente, pessoal e necessário para essas leis, que é Deus.
O argumento baseia-se na suposição de que existem leis objetivas, universais e necessárias de lógica, moralidade e conhecimento, e que essas leis requerem um fundamento transcendente, pessoal e necessário. O argumento afirma que Deus é o único fundamento possível para essas leis e que, sem Deus, a experiência e o raciocínio humanos seriam ininteligíveis e impossíveis.
Os críticos do argumento transcendental para a existência de Deus argumentaram que o argumento é falho, principalmente porque se baseia na suposição de que existem leis objetivas, universais e necessárias de lógica, moralidade e conhecimento, e que essas leis exigem um transcendente, base pessoal e necessária. Alguns críticos também argumentaram que o argumento comete a falácia de petição de princípio ao assumir a existência de Deus como fundamento para as leis da lógica, moralidade e conhecimento. No entanto, os proponentes do argumento continuam a defender sua validade e utilidade como ferramenta filosófica para demonstrar a existência de Deus.
O argumento transcendental para a existência de Deus tem suas raízes na obra do filósofo alemão Immanuel Kant no século XVIII. Kant argumentou que a estrutura da razão humana e as condições para a experiência humana requerem certos conceitos necessários e universais, como espaço, tempo, causalidade e as categorias do entendimento. Ele se referiu a elas como categorias transcendentais, que são as condições necessárias para a possibilidade da experiência e do conhecimento humanos.
No século 20, vários filósofos cristãos, incluindo Cornelius Van Til, Gordon Clark e Greg Bahnsen, desenvolveram o argumento transcendental da existência de Deus como uma resposta aos desafios do ateísmo e do ceticismo. Eles argumentaram que as categorias transcendentais da experiência e raciocínio humanos requerem um fundamento transcendente e pessoal, que eles identificaram como o Deus cristão.
Van Til, em particular, enfatizou o conceito de pressuposição, que se refere às crenças fundamentais que moldam a visão de mundo de uma pessoa e a maneira como ela interpreta a realidade. Ele argumentou que a crença no Deus cristão é um pressuposto necessário para a inteligibilidade da experiência e do raciocínio humanos e que, sem esse pressuposto, todo conhecimento humano seria ininteligível.
Bahnsen desenvolveu ainda mais o argumento transcendental aplicando-o a áreas específicas da experiência humana, como a ética e a filosofia da ciência. Ele argumentou que as condições necessárias para o raciocínio ético e a investigação científica exigem um fundamento transcendente e pessoal, que ele identificou como o Deus cristão.
Mais recentemente, alguns filósofos, como Alvin Plantinga e William Lane Craig, também usaram versões do argumento transcendental em sua apologética para a existência de Deus. Plantinga, por exemplo, argumentou que as condições necessárias para o pensamento racional exigem a crença na existência de um Deus racional e pessoal.
O argumento transcendental para a existência de Deus evoluiu da ideia de Kant das condições necessárias e universais para a experiência e conhecimento humanos, para um argumento apologético cristão para a necessidade de um fundamento transcendente e pessoal para a inteligibilidade do raciocínio e experiência humanos.
O argumento transcendental de Immanuel Kant para a existência de Deus é focado principalmente nas condições necessárias para a experiência e conhecimento humanos. Kant argumentou que certos conceitos necessários e universais, como espaço, tempo, causalidade e as categorias do entendimento, são necessários para a possibilidade da experiência e do conhecimento humanos.
Kant referiu-se a esses conceitos como categorias transcendentais e argumentou que eles não são derivados da experiência, mas são as condições necessárias para a possibilidade da experiência. Ele acreditava que a mente humana organiza e estrutura nossa experiência sensorial usando essas categorias transcendentais.
Kant argumentou ainda que a existência dessas categorias transcendentais requer um fundamento ou fundamento necessário e incondicionado. Ele chamou essa base necessária e incondicionada de unidade transcendental da apercepção, que é a autoconsciência que acompanha todo pensamento e experiência.
Kant então argumentou que a unidade transcendental da apercepção requer a existência de um ser necessário, que ele identificou como Deus. Ele acreditava que a existência de Deus é necessária para a possibilidade da experiência e conhecimento humanos, porque Deus é o fundamento necessário para as categorias transcendentais e a unidade transcendental da apercepção.
O argumento transcendental de Kant para a existência de Deus tem sido objeto de crítica e debate, com alguns filósofos argumentando que é falho e outros argumentando que é uma contribuição valiosa para a filosofia da religião. No entanto, o argumento de Kant representa uma importante tentativa de estabelecer a necessidade de Deus como fundamento para a experiência e o conhecimento humanos.
Cornelius Van Til foi um teólogo e filósofo cristão que desenvolveu uma versão do argumento transcendental para a existência de Deus. O argumento de Van Til é baseado na ideia de que as pré-condições necessárias para a experiência e o conhecimento humanos requerem a existência de um Deus pessoal e auto-revelador.
Van Til argumentou que todo raciocínio e experiência humana é baseado em certas pressuposições ou suposições sobre a realidade, e que a crença cristã em Deus é a única pressuposição racional que pode explicar as condições necessárias da experiência e conhecimento humanos.
Van Til acreditava que as condições necessárias para a experiência e o conhecimento humano incluem conceitos como lógica, moralidade e causalidade, bem como a capacidade de raciocinar, comunicar e interpretar o mundo ao nosso redor. Ele argumentou que essas condições necessárias exigem um Deus pessoal e auto-revelado que forneça o fundamento para nossa compreensão da realidade.
O argumento de Van Til foi baseado na ideia da distinção Criador-criatura, que sustenta que existe uma diferença fundamental entre Deus e sua criação. Ele acreditava que, como Deus é o criador e sustentador de todas as coisas, incluindo o raciocínio e a experiência humana, é somente por meio dele que podemos entender verdadeiramente a realidade.
O argumento transcendental de Van Til para a existência de Deus foi criticado por alguns filósofos por sua confiança em pressuposições e suposições sobre a realidade, bem como sua rejeição de explicações alternativas para as condições necessárias da experiência e conhecimento humanos. No entanto, continua sendo uma contribuição significativa para o campo da apologética cristã e influenciou muitos filósofos e teólogos contemporâneos.
Gordon Clark foi um filósofo cristão que desenvolveu uma versão do argumento transcendental para a existência de Deus semelhante à de Cornelius Van Til. Como Van Til, Clark argumentou que as pré-condições necessárias para a experiência e o conhecimento humanos requerem a existência de um Deus pessoal e auto-revelador.
O argumento de Clark foi baseado na ideia de que todo raciocínio e experiência humana é baseado em certas pressuposições ou suposições sobre a realidade, e que essas pressuposições só podem ser justificadas se forem fundamentadas na existência de Deus.
Clark acreditava que as condições necessárias para a experiência e o conhecimento humanos incluem conceitos como lógica, causalidade e moralidade, bem como a capacidade de raciocinar, comunicar e interpretar o mundo ao nosso redor. Ele argumentou que essas condições necessárias exigem um Deus pessoal e auto-revelado que forneça o fundamento para nossa compreensão da realidade.
Clark também acreditava que a existência de Deus pode ser demonstrada logicamente por meio do uso do raciocínio dedutivo. Ele argumentou que se Deus não existisse, então as condições necessárias para a experiência e o conhecimento humanos não existiriam e, portanto, todo raciocínio e experiência humanos seriam impossíveis. Uma vez que o raciocínio e a experiência humana são possíveis, Clark argumentou que Deus deve existir como fundamento necessário para essas condições.
Os críticos do argumento de Clark apontaram que ele depende fortemente de raciocínio dedutivo e suposições sobre a realidade, e que pode não ser persuasivo para aqueles que não aceitam essas suposições. No entanto, o argumento de Clark continua sendo uma contribuição significativa para o campo da apologética cristã e influenciou muitos filósofos e teólogos contemporâneos.
Greg Bahnsen foi um filósofo cristão que desenvolveu uma versão do argumento transcendental para a existência de Deus semelhante às de Cornelius Van Til e Gordon Clark. O argumento de Bahnsen é baseado na ideia de que as pré-condições necessárias para a experiência e o conhecimento humanos requerem a existência de um Deus pessoal e auto-revelador.
Bahnsen argumentou que todo raciocínio e experiência humana é baseado em certas pressuposições ou suposições sobre a realidade, e que essas pressuposições só podem ser justificadas se forem fundamentadas na existência de Deus. Ele acreditava que as leis da lógica, por exemplo, são fundamentadas na natureza e no caráter de Deus, e que sem Deus não poderia haver pensamento ou discurso racional.
Bahnsen também argumentou que a existência de Deus pode ser demonstrada por meio de um argumento reductio ad absurdum. Ele argumentou que se Deus não existisse, então as condições necessárias para a experiência e conhecimento humanos não existiriam, e todo raciocínio e experiência humanos seriam impossíveis. Portanto, se alguém nega a existência de Deus, está comprometido com uma posição irracional.
O argumento de Bahnsen às vezes é chamado de "argumento transcendental para a impossibilidade do contrário", o que significa que se a posição contrária (isto é, a negação da existência de Deus) for sustentada, então é impossível fornecer uma base racional para as pré-condições necessárias da existência humana. experiência e conhecimento.
Os críticos do argumento de Bahnsen argumentaram que é circular, pois assume a existência de Deus para justificar as pré-condições necessárias da experiência e do conhecimento humanos. No entanto, Bahnsen e outros defensores do argumento transcendental responderam afirmando que a circularidade não é viciosa, mas sim necessária, pois qualquer tentativa de negar a existência de Deus, em última análise, depende de pressuposições que não podem ser justificadas sem a existência de Deus.
Apesar das críticas, a versão de Bahnsen do argumento transcendental continua sendo uma contribuição significativa para o campo da apologética cristã e influenciou muitos filósofos e teólogos contemporâneos.
Existem várias críticas comuns ao argumento transcendental da existência de Deus. Aqui estão alguns:
É circular: Uma das críticas mais comuns ao argumento transcendental é que ele é circular. O argumento pressupõe a existência de Deus para provar sua existência. Os críticos argumentam que isso torna o argumento questionável e, em última análise, pouco persuasivo para aqueles que ainda não aceitam a existência de Deus.
Baseia-se em suposições não comprovadas: Outra crítica ao argumento transcendental é que ele se baseia em suposições não comprovadas sobre a realidade, como a ideia de que lógica, moralidade e causalidade requerem a existência de Deus. Os críticos argumentam que essas suposições não são necessariamente verdadeiras e não podem ser usadas para provar a existência de Deus.
Não é específico de nenhuma divindade em particular: o argumento transcendental não prova necessariamente a existência do Deus de nenhuma religião em particular. Os críticos argumentam que, mesmo que o argumento fosse bem-sucedido em demonstrar a existência de um ser necessário, não se seguiria necessariamente que esse ser seja o Deus do cristianismo ou de qualquer outra religião.
Não aborda o problema do mal: O argumento transcendental não aborda o problema do mal, que é uma das objeções mais significativas à existência de Deus. Os críticos argumentam que, se o argumento transcendental fosse bem-sucedido, apenas provaria a existência de um ser necessário, mas não abordaria o problema de por que esse ser permite que o mal exista.
Baseia-se na experiência subjetiva: o argumento transcendental frequentemente se baseia em experiências subjetivas, como a experiência da consciência ou a experiência da moralidade, para provar a existência de Deus. Os críticos argumentam que essas experiências não são necessariamente universais e não podem ser usadas como evidência objetiva da existência de Deus.
Essas críticas não são exaustivas, e os defensores do argumento transcendental responderam a cada uma delas de várias maneiras. No entanto, essas críticas levaram alguns filósofos a questionar a validade e persuasão do argumento.
Os defensores do argumento transcendental da existência de Deus responderam às críticas comuns de várias maneiras. Aqui estão algumas possíveis objeções a essas críticas:
Raciocínio circular: Os defensores do argumento transcendental argumentam que não é circular, mas envolve um argumento da impossibilidade do contrário. O argumento mostra que, se alguém negasse a existência de Deus, seria incapaz de explicar as pré-condições necessárias da experiência e do conhecimento humanos. Portanto, o argumento não assume a existência de Deus, mas demonstra que sua existência é necessária para a experiência e conhecimento humanos.
Suposições não comprovadas: Os defensores do argumento transcendental argumentam que as pré-condições necessárias da experiência e do conhecimento humanos, como as leis da lógica, moralidade e causalidade, não são meras suposições, mas são autoevidentes e universalmente reconhecidas. O argumento não se baseia em provar a veracidade dessas pré-condições, mas mostra que elas são necessárias e não podem ser explicadas sem a existência de Deus.
Especificidade da divindade: Os defensores do argumento transcendental argumentam que o argumento não visa provar o Deus de nenhuma religião em particular, mas sim um ser necessário que é consistente com o conceito de Deus em muitas religiões. O argumento mostra que as precondições necessárias da experiência e do conhecimento humanos requerem um Deus pessoal e auto-revelado, e esse Deus é consistente com o Deus de muitas religiões.
Problema do mal: Os defensores do argumento transcendental argumentam que o argumento não aborda o problema do mal porque visa provar a existência de um ser necessário, não a natureza desse ser. O problema do mal é uma questão separada que requer um argumento separado. No entanto, os defensores do argumento transcendental podem argumentar que a existência de Deus fornece a melhor explicação para as pré-condições necessárias da experiência e do conhecimento humanos, incluindo a capacidade de julgamento moral e a capacidade de reconhecer o mal como um problema.
Experiência subjetiva: Os defensores do argumento transcendental argumentam que o argumento não se baseia apenas na experiência subjetiva, mas sim nas pré-condições necessárias da experiência e do conhecimento humanos que são universalmente reconhecidos. O argumento mostra que essas pré-condições não podem ser explicadas sem a existência de Deus e, portanto, fornecem evidências objetivas de sua existência.
No geral, os defensores do argumento transcendental ofereceram várias respostas às críticas comuns e continuam a debater a validade e persuasão do argumento.
Alvin Plantinga apresentou uma versão do argumento transcendental para a existência de Deus. Seu argumento às vezes é chamado de "Argumento Evolucionário Contra o Naturalismo" (EAAN) e pode ser resumido da seguinte forma:
Se o naturalismo for verdadeiro (a crença de que existem apenas entidades físicas), então a probabilidade de nossas faculdades cognitivas (como percepção, memória e razão) serem confiáveis é baixa.
Se a probabilidade de nossas faculdades cognitivas serem confiáveis é baixa, então não temos razão para confiar em nossas crenças, incluindo nossa crença no naturalismo.
Portanto, se o naturalismo é verdadeiro, não temos razão para confiar em nossa crença no naturalismo.
Mas temos motivos para confiar em nossas faculdades cognitivas e em nossa crença no naturalismo.
Portanto, o naturalismo é falso.
O teísmo (a crença em Deus) fornece uma explicação melhor para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas do que o naturalismo.
Portanto, o teísmo é verdadeiro.
Plantinga argumenta que, se nossas faculdades cognitivas evoluíssem por meio de processos naturalistas, como a seleção natural, sua confiabilidade seria duvidosa. Isso ocorre porque a seleção natural seleciona apenas as características que ajudam os organismos a sobreviver e se reproduzir, não as características que produzem crenças verdadeiras. Como resultado, é improvável que nossas faculdades cognitivas sejam confiáveis se evoluírem por meio de processos naturalistas.
No entanto, se Deus criou os seres humanos e os dotou com faculdades cognitivas confiáveis, então a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas estaria garantida. Portanto, o teísmo fornece uma explicação melhor para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas do que o naturalismo.
Os críticos do argumento de Plantinga apontaram várias objeções, como a possibilidade de desmascarar argumentos evolutivos e o problema da ocultação divina. Aqui estão algumas respostas às objeções à versão de Alvin Plantinga do argumento transcendental para a existência de Deus:
Desmascaramento evolutivo: Alguns críticos argumentaram que os processos evolutivos poderiam ter nos dado faculdades cognitivas não confiáveis, mas isso não significa necessariamente que nossas faculdades cognitivas não sejam de fato confiáveis. O argumento de Plantinga não afirma que nossas faculdades cognitivas definitivamente não são confiáveis se evoluírem por meio de processos naturalísticos, mas sim que sua confiabilidade é improvável. Portanto, o argumento não é prejudicado pela possibilidade de desmascaramento evolutivo.
Ceticismo inconsistente: Alguns críticos argumentaram que o argumento de Plantinga poderia ser usado para apoiar o ceticismo sobre qualquer sistema de crença, incluindo o teísmo. Se não podemos confiar em nossas faculdades cognitivas sob o naturalismo, também não podemos confiar nelas sob o teísmo. No entanto, o argumento de Plantinga não leva a um ceticismo tão radical porque visa mostrar que o naturalismo é autodestrutivo, não que o teísmo seja necessariamente verdadeiro. Além disso, o argumento não afirma que não podemos confiar em nenhuma de nossas crenças, mas sim que nossa crença no naturalismo não é confiável.
Problema da ocultação divina: Alguns críticos argumentaram que o teísmo não é uma explicação melhor para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas do que o naturalismo porque a existência de Deus não é uma explicação direta. Se Deus existe e nos criou com faculdades cognitivas confiáveis, então por que ele não torna sua existência mais óbvia para nós? No entanto, os defensores do argumento de Plantinga podem responder apontando que o argumento não pretende fornecer uma explicação completa para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas, mas sim uma explicação melhor do que o naturalismo. Além disso, eles podem argumentar que o problema da ocultação divina é uma questão separada que requer um argumento separado.
Explicações alternativas: Alguns críticos argumentaram que poderia haver explicações alternativas para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas, como a possibilidade de que elas sejam simplesmente um subproduto de outras adaptações evolutivas. No entanto, os defensores do argumento de Plantinga podem responder apontando que essas explicações alternativas não são tão plausíveis quanto o teísmo porque não fornecem uma explicação satisfatória para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas. Além disso, eles podem argumentar que o teísmo é uma explicação mais simples e elegante do que explicações naturalistas alternativas.
Circularidade epistemológica: Alguns críticos argumentaram que o argumento de Plantinga é circular porque assume a verdade do teísmo para provar a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas, que é então usada para apoiar o teísmo. No entanto, os defensores do argumento de Plantinga podem responder apontando que ele não é epistemologicamente circular porque não assume a verdade do teísmo, mas defende-o com base na confiabilidade de nossas faculdades cognitivas. O argumento começa com uma posição neutra de incerteza sobre a existência de Deus e então argumenta que o teísmo fornece uma explicação melhor para a confiabilidade de nossas faculdades cognitivas do que o naturalismo.
Objeções naturalistas: Alguns críticos argumentaram que o argumento de Plantinga se baseia em uma falsa dicotomia entre naturalismo e teísmo e ignora outras cosmovisões possíveis. No entanto, os defensores do argumento de Plantinga podem responder apontando que o argumento não afirma que o naturalismo e o teísmo são as únicas visões de mundo possíveis, mas sim que são as visões de mundo mais relevantes e plausíveis para abordar a questão da confiabilidade de nossas faculdades cognitivas. Além disso, eles podem argumentar que o argumento não se baseia em uma falsa dicotomia, mas sim em uma análise comparativa dos pontos fortes e fracos do naturalismo e do teísmo.
No geral, os defensores do argumento de Plantinga ofereceram várias respostas às objeções e continuam a debater a validade e persuasão de seu argumento.
William Lane Craig desenvolveu uma versão do argumento transcendental para a existência de Deus que é um pouco diferente da de Plantinga. A versão de Craig é chamada de "argumento axiológico transcendental" e é baseada na ideia de que valores e deveres morais objetivos requerem a existência de Deus.
Aqui está um breve resumo do argumento de Craig:
Se Deus não existe, não existem valores e deveres morais objetivos.
Existem valores e deveres morais objetivos.
Portanto, Deus existe.
Craig argumenta que sem Deus não há base objetiva para valores e deveres morais. Os valores e deveres morais devem estar fundamentados em algo que é em si mesmo objetivo e necessário, e que só pode ser Deus. Além disso, ele argumenta que a existência de valores e deveres morais objetivos fornece uma explicação melhor para certos fenômenos, como a experiência moral da culpa, do que qualquer explicação naturalista.
Os críticos do argumento de Craig levantaram uma série de objeções, algumas das quais são semelhantes às objeções levantadas contra outras versões do argumento transcendental. Por exemplo:
O problema do mal: Alguns críticos do argumento de Craig levantaram o problema do mal como um contra-exemplo à alegação de que Deus é necessariamente bom. Craig responde a essa objeção argumentando que o problema do mal é um desafio difícil, mas não insuperável, à existência de Deus, e que a existência de valores e deveres morais objetivos requer a existência de Deus, mesmo que o problema do mal permaneça sem solução.
O dilema de Eutífron: Esta objeção questiona se os valores morais dependem da vontade de Deus ou se são independentes dela. Se eles dependem da vontade de Deus, então são arbitrários e subjetivos, e não verdadeiramente objetivos. Se eles são independentes da vontade de Deus, então Deus não é necessário para sua existência. Craig argumenta que o dilema é falso, porque assume que as únicas duas opções são que os valores morais dependem ou são independentes da vontade de Deus. No entanto, ele afirma que existe uma terceira opção, que é a de que os valores morais são fundamentados na natureza de Deus. De acordo com Craig, a natureza de Deus é necessariamente boa e, portanto, os valores morais são objetivos e necessários, mas não são arbitrários ou subjetivos porque estão fundamentados na natureza de um ser necessário.
Explicações alternativas: Os críticos argumentaram que existem explicações alternativas para a existência de valores e deveres morais objetivos, como fatores sociais e culturais, biologia evolutiva ou ética kantiana. Craig argumenta que as explicações alternativas para a existência de valores e deveres morais objetivos são inadequadas ou incompletas. Por exemplo, ele afirma que os fatores sociais e culturais podem explicar alguns aspectos da moralidade, mas não podem fornecer uma base para a objetividade e autoridade dos valores e deveres morais. Da mesma forma, ele argumenta que a biologia evolutiva pode explicar alguns aspectos do comportamento humano, mas não pode fornecer uma base para valores e deveres morais, que são normativos e não descritivos. Finalmente, ele afirma que a ética kantiana, embora valiosa em alguns aspectos, não pode fornecer uma explicação satisfatória para a objetividade e autoridade dos valores e deveres morais.
Realismo moral não teísta: Os críticos argumentaram que é possível acreditar na existência de valores e deveres morais objetivos sem acreditar na existência de Deus. Craig argumenta que o realismo moral não teísta não pode fornecer uma explicação satisfatória para a objetividade e autoridade dos valores e deveres morais. De acordo com Craig, se os valores e deveres morais não são fundamentados na natureza de Deus, então eles são arbitrários ou subjetivos e, portanto, não são verdadeiramente objetivos. Além disso, ele afirma que o realismo moral não-teísta não pode explicar a experiência moral da culpa, que pressupõe a existência de padrões morais objetivos.
No geral, o argumento transcendental axiológico é um argumento interessante e provocativo para a existência de Deus, mas também tem sido objeto de extenso debate e crítica entre os filósofos.
O argumento transcendental para a existência de Deus (TAG) é um argumento filosófico que tenta provar a existência de Deus argumentando que certas pré-condições de racionalidade, moralidade e conhecimento pressupõem a existência de Deus. O argumento foi desenvolvido por vários filósofos, incluindo Immanuel Kant, Cornelius Van Til, Gordon Clark, Alvin Plantinga e William Lane Craig, entre outros.
O cerne do TAG é a ideia de que a existência de certas pré-condições necessárias de racionalidade, moralidade e conhecimento não pode ser explicada por explicações naturalistas ou não teístas e, portanto, requer a existência de um ser necessário, que é identificado como Deus. O argumento é um tipo de argumento transcendental, que busca demonstrar as condições necessárias para a possibilidade de um determinado fenômeno ou experiência.
A importância do TAG para a apologética cristã é que ele fornece uma base racional e filosófica para a crença em Deus, que pode complementar e apoiar outros argumentos para a existência de Deus, como os argumentos cosmológicos, teleológicos e morais. Além disso, o TAG enfatiza o papel de Deus em fornecer as condições necessárias para a racionalidade, moralidade e conhecimento, o que destaca a importância de uma cosmovisão cristã para entender e interpretar o mundo.
No entanto, o TAG também foi objeto de muitas críticas e objeções, o que levou a debates e discussões contínuas entre filósofos e teólogos. Algumas das críticas incluem o desafio de demonstrar a necessidade e singularidade das pré-condições invocadas pelo argumento, a possibilidade de explicações alternativas para essas pré-condições e o problema do mal como contra-exemplo à afirmação de que Deus é necessariamente bom. Apesar desses desafios, o TAG continua sendo um argumento importante e influente na apologética cristã e continua a estimular a investigação filosófica e teológica sobre a natureza da realidade e a existência de Deus.