Leonard Ravenhill (1907-1994), nascido em 18 de junho de 1907 em Leeds, Inglaterra, e falecido em 27 de novembro de 1994 em Garden Valley, Texas, foi um evangelista e escritor cristão britânico cuja obra desafiou a Igreja ocidental a retornar à vitalidade espiritual do cristianismo primitivo. Centrado na oração e no avivamento, Ravenhill confrontou o evangelicalismo com sermões e livros que contrastavam a Igreja contemporânea com os Atos dos Apóstolos. Sua obra mais célebre, "Por que o Avivamento Tarda?", vendeu mais de um milhão de cópias, consolidando-o como uma voz profética do século XX. Profundamente enraizado na fé cristã, ele via a oração como o alicerce para a renovação espiritual, inspirando líderes como Keith Green, A.W. Tozer e David Wilkerson com sua paixão pela santidade e pela centralidade do Evangelho.
Criado em uma Inglaterra marcada por tensões religiosas, Ravenhill formou-se no Cliff College, onde foi moldado pelo ministério de Samuel Chadwick, um defensor da santidade wesleyana. Sua educação enfatizou a história da Igreja, com foco em avivamentos, que ele estudou com rigor, analisando movimentos como os liderados por John Wesley e Jonathan Edwards. Durante a Segunda Guerra Mundial, seus cultos evangelísticos atraíram multidões, resultando em conversões que alimentaram o ministério cristão e missões globais. Em 1939, casou-se com Martha, uma enfermeira irlandesa, com quem teve três filhos. O casal formou uma parceria dedicada ao serviço cristão, sustentada por uma vida de simplicidade e oração. A influência de Ravenhill se expandiu quando, em 1950, a família mudou-se para os Estados Unidos, onde ele conduziu avivamentos em tendas e pregou em diversas cidades durante a década de 1960.
Na década de 1978, Ravenhill estabeleceu-se em Garden Valley, Texas, próximo ao Last Days Ministries, fundado por Keith Green, de quem se tornou mentor. Sua proximidade com Green, um músico cristão de impacto, reflete sua habilidade de conectar gerações através de sua visão de avivamento. Ele também lecionou no Bethany College of Missions, em Minnesota, e em Seguin, Texas, compartilhando sua teologia prática com futuros missionários. Ravenhill manteve uma amizade íntima com A.W. Tozer, cuja ênfase na presença de Deus ecoava em seus próprios ensinamentos. Sua crítica ao evangelicalismo ocidental, que ele via como complacente e desvinculado do fervor apostólico, ressoava em sermões que chamavam os crentes à humildade, à oração fervorosa e à obediência radical às Escrituras. Ele acreditava que a Igreja moderna havia perdido a centralidade da cruz e a dependência do Espírito Santo, um tema recorrente em suas mensagens.
A produção literária de Ravenhill, vasta e impactante, reflete sua convicção de que a oração é o motor do avivamento. Em "Por que o Avivamento Tarda?" (1959), ele argumenta que a ausência de oração intensa e vidas santificadas impede a ação divina. Outras obras, como "Oração de Avivamento" (1962), "Carne para Homens" (1961) e "Sodoma Não Tinha Bíblia" (1971), exploram a necessidade de um retorno à pureza doutrinária e à paixão missionária. Seus livros, frequentemente publicados pela Bethany House, foram traduzidos e amplamente distribuídos, alcançando leitores em todo o mundo. Além disso, Ravenhill escreveu poesias e tratados, como "Coração Ardente" (1995), que combinam prosa e verso para expressar sua espiritualidade. Sua abordagem, fundamentada na exegese bíblica e na história do avivamento, evitava sentimentalismo, focando na responsabilidade do crente de buscar a Deus com diligência.
Ravenhill também se destacou por sua influência pessoal. Ele inspirou líderes como Charles Stanley, Paul Washer e David Wilkerson, que adotaram sua ênfase na santidade e na pregação confrontadora. Sua amizade com Tozer, descrita por este como uma dívida incalculável da Igreja, reflete o peso de sua contribuição espiritual. Contudo, Ravenhill raramente recebeu reconhecimento em vida, como Tozer observou, sendo mais honrado por gerações posteriores. Sua vida em Garden Valley foi marcada por simplicidade, dedicando-se a ensinar, orar e escrever, mesmo com saúde fragilizada. Ele faleceu em 1994, sendo sepultado próximo a Keith Green, simbolizando sua conexão com a próxima geração de avivalistas. Em 2011, a biografia "À Luz da Eternidade", de Mack Tomlinson, detalhou sua vida, reforçando seu legado como um profeta moderno.
A teologia de Ravenhill era profundamente cristocêntrica, centrada na cruz como o fundamento da salvação e da vida cristã. Ele via a oração não como um ritual, mas como um encontro transformador com Deus, essencial para o avivamento. Sua leitura dos Atos dos Apóstolos o levou a criticar a Igreja por sua falta de poder espiritual, exortando-a a imitar a coragem e a dependência divina dos primeiros cristãos. Embora focado na prática, Ravenhill baseava suas ideias em uma hermenêutica sólida, rejeitando emocionalismo vazio. Sua visão de avivamento não era apenas um evento, mas uma restauração contínua da Igreja à sua vocação apostólica. Ele também valorizava missões, influenciado por sua formação no Cliff College, que enfatizava o chamado global do Evangelho.
O impacto de Ravenhill persiste em sua vasta correspondência, sermões gravados e livros que continuam a desafiar cristãos a buscar uma fé autêntica. Sua crítica ao evangelicalismo, embora severa, era movida por um amor pela Igreja e um desejo de vê-la refletir a glória de Cristo. Ele deixou um legado de integridade, simplicidade e fervor espiritual, moldando gerações de pregadores e crentes que anseiam por um avivamento bíblico. Sua vida, marcada pela dedicação à oração e à pregação, permanece um testemunho da necessidade de uma Igreja que viva à luz da eternidade, fiel ao chamado de Deus.