Boas Obras







Visão gnóstica das boas obras


Irineu de Lyon, bispo cristão e teólogo do século II dC, escreveu sua magnum opus, "Contra as heresias", como uma refutação de vários ensinamentos gnósticos que circulavam na época. Uma das questões-chave que ele abordou foi a crença gnóstica de que as boas obras eram desnecessárias para a salvação.


O gnosticismo era um conjunto complexo e diversificado de crenças que enfatizavam o conhecimento secreto (gnose) como a chave para a salvação. Os gnósticos acreditavam que o mundo material foi criado por um demiurgo maligno e que a salvação envolvia escapar do mundo material para um reino espiritual.


Alguns gnósticos acreditavam que, como o mundo material era mau, não havia sentido em fazer boas obras. Eles acreditavam que a salvação era alcançada apenas por meio do conhecimento e que as boas obras eram irrelevantes.


Irineu discordou veementemente dessa visão. Ele argumentou que as boas obras eram essenciais para a salvação e que a fé sem as obras era morta. Ele apontou numerosas passagens do Novo Testamento que enfatizavam a importância das boas obras, como Tiago 2:14-26.


Irineu também argumentou que a visão gnóstica da salvação era falha porque ignorava o papel da morte e ressurreição de Cristo. Ele acreditava que a morte e a ressurreição de Cristo eram fundamentais para a salvação e que as boas obras eram uma expressão necessária de gratidão e amor pela graça de Deus.


Irineu de Lyon acreditava que as boas obras eram necessárias para a salvação e que a crença gnóstica de que eram desnecessárias era uma heresia perigosa. Ele argumentou que a salvação não era apenas uma questão de conhecimento, mas também de fé e obediência aos mandamentos de Deus.